Patriota e Guloso!

A atualidade nacional ficou marcada pela entrevista de Alexandre Soares dos Santos à TVI 24.

Quase toda a gente deve saber quem é este ilustre português, mas para os mais distraídos cá vai o perfil deste humilde merceeiro : é o dono do grupo "Jerónimo Martins" ao qual pertencem entre outros o "Pingo Doce" e o "Recheio"...pequenas mercearias cá do burgo!

O pequeno grupo fundado em 1792 está presente em Portugal, Polónia e Colômbia.

A entrevista foi deveras marcante e tocou com certeza os mais sensíveis que terão derramado uma ou duas lágrimas ao perceberem o quão altruísta é este senhor...

A determinado ponto da entrevista referiu que só mantém o "Pingo Doce" em Portugal porque é português, uma vez que as margens de lucro são baixíssimas! De louvar de facto esta atitude patriótica, uma vez que o lucro de 593 milhões de euros obtidos pelo grupo em 2016 mal chegam para os trocos que cada caixa registadora necessita diariamente...

Ainda mais louvável é esta atitude patriótica vinda de alguém que em 2011 deslocou a sede do grupo "Jerónimo Martins" para a Holanda para não empanturrar os cofres lusos com impostos...Mas pelo menos deixou cá a "Fundação Francisco Manuel dos Santos", bem sabemos que ao contrário do retalho alimentar, as fundações são organismos geradores de imensuráveis receitas...

Mas o que a mim me marcou foi ver o senhor merceeiro a defender com unhas e dentes que o salário mínimo em Portugal deveria ser pelo menos 200 euros mais alto...

Foi nessa altura que percebi o sacrifício que este homem faz ao pagar o salário mínimo  nacional à maioria dos funcionários do grupo "Jerónimo Martins"...

É uma situação de tal modo dolorosa para ele que de seis em seis meses substitui esses funcionários, impedindo assim que estejam muito tempo a receber o salário mínimo!

Em suma, ao contrário do que dizem os detratores do merceeiro, ele não paga o salário mínimo por necessidade, até porque ele queria pagar bem mais...talvez o faça por gula...porque afinal no "Pingo Doce" sabe bem pagar tão pouco!